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White Nights

Ao mesmo tempo que o inverno por aqui é tedioso, o sol nasce às 11 da manhã e se põe as 4 da tarde, no verão a gente tem o contrário.

O sol se põe lá pelas 11 da noite e nasce lá pelas 4 da manhã… mas nunca fica totalmente escuro! É uma delícia, porque dá pra aproveitar o dia todo, mas é meio ruim de dormir. Várias vezes eu acordo cedo, já está claro, e ainda é tipo 4 e meia da manhã 🙂

 

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Meia-noite e meia – olha só o horizonte!

Em São Petersburgo dizem que nessa época do ano não fica escuro nunca, mesmo. Em compensação, lembro quando cheguei lá em Janeiro uma vez e além de ter pegado a nevasca com os maiores flocos de neve que eu já vi na vida, acho que a gente viu sol por umas 3, 4 horas só.

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Clima e Catarse

Ainda que num clima meio Clarice Falcão, meio “quem vai ler esse blog sobre um assunto só”, eu estou num momento de flashback.

Há um ano atrás eu me encontrava na frente da St. Patrick’s Church, num dia incrivelmente ensolarado, chorando meus pulmões pra fora em um momento onde tudo na minha vida de repente fez sentido. Parece meio idiota dizer isso – e talvez até é! -, mas certamente minha vida mudou radicalmente depois disso.

Eu + Liffey num delicioso dia ensolarado

Eu + Liffey num delicioso dia ensolarado

Fui olhar as minhas fotos aqui pra rolar aquele flashback choroso – o chororô não rolou, mas me toquei que eu tinha duas fotos muito parecidas, em momentos muito distintos da viagem.

Por algum milagre de São Patrício, em 3 dos 4 dias que eu fiquei em Dublin o sol estava lá, me enganando esquentando e embelezando a cidade. Já na despedida, o bendito resolveu sumir e a chuva apareceu, ugh.

Eu + Liffey num típico dia irlandês

Eu + Liffey num típico dia irlandês

Por aqui, pelo menos ultimamente o tempo tem estado bom. Quase todo dia tem um por do sol bacana, sem muitas chuvas… bem que podia ficar assim o ano todo!

Mas pra quem passa 6 meses embaixo de neve, não estou reclamando nem um pouco. Vem ni mim, verão!

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Voltando à ativa (?)

Eu não sei você, mas eu fico extremamente irritada com o fato de não conseguir mudar o layout do site toda hora. Eu gostava mais da época que usava o Blogger e tinha um layout estático, fácil de mexer, coisa e tal…

Tava querendo um layout de zebrinha, e aparentemente o WordPress agora tem um layout de zebrinha (como você já pode perceber…). Vamos ver se eu me animo dessa vez então 🙂

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Zebruninha e seu mal gosto musical, parte 2

Depois de esperar seis longos meses entre a compra do ticket e o show de fato, chegou o belo dia do show do Ronan.

Eu não sabia muito o que esperar porque, bom, eu não sou muito de ir em shows. Por alguma razão que eu desconheço, e como já mencionei anteriormente, o tal do mal gosto tá na moda (btw, zebras também estão na moda, então ultimamente eu passei de esquisita a fashion… esse mundo é muito estranho!) e essa galera das antigas tá dando de fazer show a torto e a direito.

Mas voltando um pouco no tempo…

Uns três dias antes do show, tinha pagado uma nota preta e ido no show do Blue que teve aqui em Moscou. Na verdade, não era show *do* Blue, infelizmente. Era um show de várias bandas juntas fazendo playback. Na verdade eram umas vinte – sem eufemismos! – bandas que entravam, tocavam 1 ou 2 musicas (daí dependia se era um russo famoso ou meia boca) e iam embora.

Pra ser sincera, eu até que curti esse esse esquema maluco aí, porque eu comprei 1 ticket só e vi quase todos os artistas (mesmo os russos, guilty pleasure, admito!) que eu queria. A qualidade do show não é a mesma, mas até aí, se eu quisesse qualidade não morava em Moscou, neah… 🙂

Enfim, depois de quatro longas horas de artistas bacanas e outros nem tanto, o Blue entrou. Eu quase tive um treco, porque eu tava realmente bem perto do palco (pelo preço que eu paguei, era bom mesmo…), então dava pra ver tudo. TUDO.

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É muito amor, concordo!

O engraçado foi que, bom, acho que todas as cinco fãs do Blue que moram aqui estavam lá. E acho que só nós ficamos até o final do show. Foi bem engraçado, porque eles entraram, e a galera foi toda embora… ossos do ofício.

Eles cantaram várias musicas antiguinhas (inclusive You Make Me Wanna, pro meu delírio) e várias novinhas também. No final das contas, foi bem divertido, porque eu era a ÚNICA louca cantando, balançando os bracinhos, gritando e tal… se bobear, na platéia toda.

Saí do show, comprei o CD deles, voltei pra casa e no dia seguinte fui pra Alemanha. Daí sim as coisas começaram a ficar legais…

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Zebruninha e seu mal gosto musical, parte 1

Já que old habits die hard, vamos como de costume: por partes.

Como eu já havia mencionado aqui, eu desde sempre tive um gosto meio duvidoso pra música. Nunca fui muito de dar bola pro que os outros pensavam (ou pensam) disso, então meu gosto foi piorando e piorando (ou melhorando e melhorando, depende do ponto de vista) com o passar dos anos.

Aparentemente, pra minha grande apreciação, “mal gosto musical” está na moda e as bandas que antes eram motivo para que eu:

  1. Passasse longas horas na internet discada a noite, pra baixar vídeos no VJ Scorpio e mp3 no Napster/AudioGalaxy/Kaaza (só os fortes entenderão);
  2. Gastasse fortunas em revistas estrangeiras;
  3. Aprendesse inglês (veja, não é só de inutilidade que a coisa toda tá trabalhada);
  4. Aprendesse a “programar” (bom, eu tinha um site…), entre outras coisas

 

Estão de volta à ativa. Semana passada teve show do Blue aqui em Moscou, tá rolando a tal da Big Reunion no UK agora, a1 lançou CD ano passado, Girls Aloud lançaram CD e vão fazer turnê, Boyzone tá vendendo mais que o One Direction (*orgulho*) e… teve turnê do Ronan na Europa esse ano.

Eu que não sou besta, tratei de comprar meus ingressos na primeira fila, no primeiro dia e me locomover até a Alemanha pra ver esse senhorzinho cantar. Muito provavelmente não faria isso se não fosse ele ou o Westlife, mas bom, fiz.

Fiquei morrendo de medo de acontecer alguma merda entre a compra do ingresso (que foi uns 6 meses antes) e o dia do show em sí, mas felizmente deu tudo certo e me juntei à horda de mid-aged ladies (sim, eu era uma das mais novas por lá) que estavam lá presente no dia do show. E foi sensacional.

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Talk to me!

Zebruninha em Moscou: “Mas que saco esse pessoal daqui que não fala inglês, pqp!”

Zebruninha em Kiev, ao abrir um cardápio no restaurante, em ucraniano: “Graças a Deus que essa galera daqui pelo menos fala russo. Se não fosse isso, tava lascada!”

Coerência, nós não trabalhamos.

P.S: Ucraniano não é tão diferente assim do russo, dá pra entender mais ou menos o que tá escrito. Deu pra se virar nos trinta com as placas, cardápios, etc.

P.S 2: Por incrível que pareça (ou não tão incrível assim, talvez seja só efeito da Euro Copa do ano passado, e pela maior proximidade com a Europa de fato), tem mais gente lá que fala inglês do que aqui. Até as tias dos caixas dos pontos turisticos falavam alguma coisa quase entendível (for the record, aqui nem isso rola). As pessoas, na média, também eram mais simpáticas (mas não muuuito mais).

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Happy New Year

2012 foi o ano em que:

  • eu descobri o significado da palavra inverno e da palavra desespero (no sentido mais abrangente possível);
  • eu vi o por do sol à meia noite, e vi o mesmo sol nascendo as 4 e meia da manhã;
  • eu fui pra Dublin e minha vida mudou;
  • eu entendi que falar russo não é tão simples e bacana quanto era nas aulas da Unicamp (embora tenha tido alguns progressos significativos…);
  • por outro lado, percebi que eu falava inglês bem melhor do que achava;
  • eu viajei pra lugares que nunca imaginaria conhecer;
  • eu consegui usar saia quando lá fora fazia -20 graus;
  • eu também fui na academia quando lá fora fazia -20 graus (e, surpreendentemente, não ia quando fazia 20 graus!);
  • eu percebi o quanto sinto falta da faculdade;
  • eu consegui um dos trabalhos mais legais que já tive até hoje 🙂
Dublin Castle says: "Hello, there!"

Dublin Castle says: “Hello, there!”

Se 2013 for tão legal quanto foi 2012, já tá de bom tamanho.

Por enquanto, a promessa é grande: Alemanha + Ronan em fevereiro, Escócia + País de Gales + Inglaterra + Irlanda (de novo, claro!) em outubro já vão fazer esse ser o melhor ano até agora!

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Dublin – a viagem

Não preciso nem mencionar que essa foi a melhor viagem que já fiz até agora. Na verdade, pensando por uma certa perspectiva, também foi a pior viagem. Depois de ter ido pra lá, não consigo achar mais graça em lugar nenhum e isso tem sido um problemão!

Como era verão nessa época, acho que a gente engatilhou umas quatro ou cinco viagens em cerca de dois meses (Yaroslavl, Dublin, Vienna, Brasil e Tel Aviv). Devo dizer que as outras também foram muito legais, mas nada que se comparasse 🙂

Enfim, como eu não queria que nada desse errado, no dia que fui embarcar pra Dublin, acordei muito cedo (já tinha arrumado tudo antes, então foi basicamente me vestir, acordar e pegar o primeiro metrô) pra minimizar os possíveis problemas que pudessem acontecer.

Levei só uma mala de mão, pequena, porque além se não precisar de muitas roupas, não queria perder tempo pra esperar a bagagem chegar — queria aproveitar o máximo de tempo que fosse possível.
Chegando no aeroporto em Londres, onde eu ia fazer minha conexão, tive o primeiro oops da viagem.

Vista do avião - it's London, baby!

Vista do avião – it’s London, baby!

Nunca, jamais, tinha sido interrogada antes na borda de qualquer país. Geralmente quando eu chego com o passaporte brasileiro, os guardas de borda fazem piadinha (até em Dubai fizeram isso, juro!), falam alguma coisa dentro do conjunto (samba, futebol, carnaval, Pelé), eu dou uma risadinha e entro. Eu estava fazendo só uma conexão em Londres, não fazia o menor sentido ter que passar no controle de passaporte de novo, mas considerando as experiências anteriores, não imaginava que seria um problema.

Estranhei que a fila era pequena e tava demorando muito pra chegar minha vez. Ainda dentro do avião tinha perguntado pra aeromoça se eu ia precisar preencher o tal do formulário, já que eu ia pra Dublin e não pra Londres e a amigota, que não falava inglês, me disse com aquela delicadeza russa que não, pra ir pra Irlanda não precisava de formulário. Preenchi um por desencargo de consciência, e foi isso.

Chegando na minha vez, dei um sorriso do tipo “oi, moço, sou brasileira e legal, deixa eu entrar”, mas não deu muito certo. Ele perguntou desde “por quê você quer ir pra Dublin” até “onde você trabalhou nos ultimos 6 meses” e eu, sempre muito sincera, respondi tudo que o cara queria. Tudo muito tranquilo até a hora que ele me pediu um ticket de volta. E eu não tinha um ticket de volta na mão, só no celular — mas cadê Wifi na hora que a gente precisa? Daí eu gelei. Falei que tinha um ticket no celular, mostrei uma página de confirmação da Expedia (que, bom, não era bem um ticket de volta… mas era o que eu tinha!) e ele deixou eu passar, depois de ter pedido carinhosamente pra eu sentar no banco dos excluídos e procurar a droga do ticket.

Pensando em retrospecto, até entendo a preocupação do moço. Tem bastante imigrante brasileiro na Irlanda, e imagino que nem todos devam ser 100% legais. Eu estando sozinha, vindo de um país nada a ver e tudo o mais, devem ter subido algumas red flags. No final deu tudo certo com o moço, mas ainda tinha o segundo oops da viagem.

Como tinha levado mala de mão, tomei cuidado pra comprar todos os líquidos que ia usar (shampoo, pasta de dente, etc) em tamanhos que são permitidos dentro do avião. Coloquei todos dentro de uma necessaire de plástico, como manda mais ou menos o figurino, e fui lá, com minha bela malinha passar no raio X do aeroporto.
Eles parecem -ser neuróticos- ter alguns problemas com líquidos, e pedem pra todos tirarem eles da mala de mão e colocarem dentro de uma sacolinha de plástico que eles oferecem. Até aí, sem problemas. Só que eu tinha levado um perfume e acomodei o coitado de forma que ele não quebrasse no meio da viagem, ou seja, fora da necessaire.
Depois de todo o perrengue com o moço na borda, a ultima coisa que eu ia lembrar era do tal do perfume no meio das minhas roupas, e passei minha mala junto com o resto.
Só que aquele raio X é meio maligno, e vai achar qualquer resquício de líquido que você tiver esquecido de tirar. E a moça querida (só que não), que mexeu na minha mala ficou lá, revirando pra ver se tinha líquidos na mala, e achou o tal do perfume.

Na verdade, eu fiquei com impressão de que ela tava procurando alguma bomba, sei lá, com o tamanho do vigor que ela revirou minhas coisas. No final das contas, era só um perfuminho inofensivo, enrolado num pijama de zebrinha. Ela deve ter ficado meio frustrada (ou aliviada, vai saber!), mas eu fiquei morrendo de vergonha de ver meu pijama e minhas coisas abertas alí, pra todo o mundo ver.

Zebrinhas na loja do aeroporto

Zebrinhas  em uma das lojas do aeroporto ❤

Já que eu estava no estado de espírito “don’t worry, be happy”, não liguei muito na hora (embora depois tenha ficado bem puta, porque foram duas coisas bem desnecessárias).

Fora isso, o aeroporto era muito bacana. Deu pra aproveitar bastante, já que eu tinha várias horas de espera por lá (com direito de ver avião da TAM saindo pra SP e batendo aquela saudade de casa) até finalmente entrar no avião que ia me levar pro lugar mais legal do mundo!

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Dublin, o prólogo – parte 2

Piadas à parte, toda esta história de Irlanda me trouxe muitos bons frutos. Arrisco até a dizer que grande parte do que eu sou hoje, e da pessoa que eu me tornei, foi em decorrência da convivência com todos os amigos que conheci nesse pedaço da minha vida. Vários deles me mostraram que não tinha problema nenhum em ser quem eu era, gostar das coisas que eu gostava. Desse jeito eu aprendi a me aceitar melhor, me entender melhor. E, por causa disso, sou muito grata a todos eles.

Ainda assim, conhecer Dublin era um sonho. E enquanto eu morava no Brasil, um sonho bem difícil de se realizar. Pra falar a verdade, mesmo morando em Moscou fica dificil de ir pra lá. Não tem voos diretos, então eu sempre acabo perdendo um dia todo pra ir e voltar, porque as conexões são longas. Mas já conto da minha conexão nessa viagem, que foi hilária.

No entanto, morar em Moscou não é nem um pouco divertido. São de seis a sete meses de frio (depois que as temperaturas passam a ter menos de 2 dígitos, ou com o sinalzinho de menos na frente, já é frio pra mim), o verão é um inferno (ar condicionado é um item inexistente) e com isso, acabamos tendo cerca de 2 meses de temperaturas amenas por ano.
Somando isso ao fato de que eu passei cerca de nove meses sem encontrar nada pra fazer aqui e alguns problemas meio sérios na minha família, uma hora a deprê bateu. E bateu forte. Eu queria voltar pro Brasil, queria trabalhar, queria fazer alguma coisa de útil. Queria sair na rua e ver pessoas sorrindo, não aguentava mais essa carrancudisse toda, essa grosseria e hostilidade do pessoal daqui. Era primavera, a rua tinha cheiro de natureza, mas tudo continuava muito cinza.

Eis que então, num desses dias onde eu não tinha vontade nenhuma nem de sair de casa, meu marido me faz uma surpresa. Voltei do supermercado e tinha uma passagem de 1 semana pra Dublin me esperando no meu e-mail. Acho que eu nunca chorei tão forte de alegria, sério. Eram muitos sentimentos fortes, muito contraditórios – eu queria voltar pra casa, mas queria aproveitar as oportunidades que teria por aqui. E chorei muito, muito.

Passado o pânico inicial, comecei a preparar mais ou menos o que queria fazer por lá, mas acabei desistindo. Optei pelo plano de fazer um city tour bem recomendado, e tirar o resto do tempo pra andar. Ia acordar cedo e dormir tarde todo dia, do jeito que eu passei 15 anos planejando. Meu único medo era me decepcionar, porque as expectativas não tinham como ser maiores. Mas foi tudo muito, muito além do esperado!

The best tour ever!

The best tour ever (eu tô no meio da foto)!

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Long winter

E eis que hoje, sem muitas delongas, aquele negocinho branco que cai do céu deu o ar de sua graça – ao que me parece, em definitivo – aqui por essas bandas.

Vista da janela da minha sala

Por incrível que pareça, por não estar ventando (tanto), até que não estava tão frio. Também não estava tão úmido, então posso dizer que estava quase agradável (e bonito, porque ainda não tá sujo e lamacento).

E não se assuste: até abril do ano que vem, essa quantidade de neve vai se multiplicar por 50 (sem brincadeira). Por enquanto tá divertido, espero não querer cortar os pulsos em três meses… 🙂

Close na bichinha!

O primeiro que vier reclamando do verão, já sabe que vai pra minha lista negra. Ninguém gosta de frio no mundo, cara, ninguém.